Integração: principal desafio para tornar SP mais inteligente
Por Redação
17/07/2024 às 10:14:50 | | views 1082
As últimas inovações no setor englobam semáforos inteligentes, câmeras com reconhecimento de dados e central de monitoramento com inteligência artificial
As últimas inovações no setor englobam semáforos inteligentes, câmeras com reconhecimento de dados e central de monitoramento com inteligência artificial
A cidade de São Paulo deve ter 40% dos seus semáforos inteligentes até 2025, segundo o diretor-presidente da SP Regula João Manoel da Costa Neto. Durante o primeiro CNN Talks deste semestre, disse que a meta é instalar 2.586 equipamentos do tipo nos cruzamentos da capital até o ano que vem. "Iniciamos a modernização por sistemas adaptativos em setembro de 2022. São equipamentos com câmeras inteligentes integradas, que possuem um sistema de algoritmo que percebe o acúmulo de veículos em determinada via e recalcula os tempos de abertura e fechamento. Ele se adapta ao sistema de circulação dos carros, mas não mexe no tempo do pedestre", afirmou Costa Neto, que participou do painel Mobilidade Urbana: Soluções Inovadoras para as Cidades.
Questões como o tempo de deslocamento na cidade e o planejamento urbano foram trazidas para o debate. Marcio Hannas, presidente da CCR Mobilidade, ressaltou que os desafios de mobilidade urbana também passam pela integração de sistemas tecnológicos como a Internet das Coisas. "O maior desafio da mobilidade em São Paulo também é a integração de modais, que poderia deixar todo o deslocamento mais barato, limpo e eficiente. Precisamos repensar as integrações tarifária e física," comentou. O painel contou ainda com Pedro Martin, presidente da SP Urbanismo e Carolina Lafemina, Secretária Adjunta das Subprefeituras de São Paulo.
Já prefeito Ricardo Nunes ressaltou durante a abertura algumas ações da Prefeitura de São Paulo em segurança pública e mobilidade urbana inspiradas em outras metrópoles. "Começamos a fazer um estudo com diversas cidades referência em segurança pública pelo mundo, como Londres e Lisboa. Todas fazem uso de tecnologia para reduzir seus índices de criminalidade: drones, câmeras OCR e Inteligência Artificial. Não é só colocar as câmeras, mas usar Inteligência Artificial para proteger o cidadão."
O Secretário Adjunto de Segurança Urbana da Cidade de São Paulo, Junior Fagotti, explicou que o poder público vem trabalhando para fazer da capital paulista "referência mundial" em uso de tecnologia na segurança. "O nosso papel é atuar em conjunto com a Defesa Civil na prevenção de desastres. Por isso temos o programa Smart Sampa, que prevê a instalação de 20 mil equipamentos até o final de 2024. Já tivemos alguns casos em que uma câmera inteligente é capaz de despachar uma viatura para capturar um criminoso, que invadia uma escola municipal de madrugada. O processo certamente foi mais rápido e eficiente", afirmou. O painel que teve como tema central Tecnologia na Segurança Pública das Cidades Inteligentes contou também com Michael Sotelo Cerqueira, diretor de Investimento e Novos Negócios da SP Negócios, Luís Flavio Sapori, especialista em segurança pública e professor da PUC Minas, e Ilan Cuperstein, diretor regional da C40 Cities para América Latina.
Quando o tópico se voltou para os principais desafios da segurança pública no Brasil, as declarações do especialista em segurança pública e professor da PUC Minas Luís Flavio Sapori reverberaram por toda a mesa. "Inteligência e integração são as duas palavras de ordem que devem ordenar a segurança pública. Não dá para construir um país ambientalmente sustentável com tanta violência e criminalidade. Os avanços são notórios e inegáveis, mas são insuficientes. Temos um problema sério, que é crime organizado e que se sobrepõe à força policial em muitas situações. Num contexto como esse, não podemos ter polícias atuando de forma díspares, com sistemas de dados que não compartilham informações entre si. Deveríamos ter um sistema único de segurança pública, totalmente integrado," finalizou.
A edição desta terça-feira do CNN Talks, ocorreu na Praça das Artes, em São Paulo, e foi mediado pelo jornalista Phelipe Siani.
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