Colunista

Marco Mendes

A fonte dos riscos é cyber


25/05/2021 | 00:00:00 | Visto por: 8806 leitores

     Em uma realidade feita de dados, eles são os bens mais valiosos que uma companhia tem. É a partir da informação coletada no dia a dia, com base em suas operações e relações, que a empresa tem chance de tomar melhores decisões para o futuro. Comprometer esses dados pode levar a questões de imagem e confiança, regulatórias e, até mesmo, a processos. Além disso, é preciso acompanhar a constante mudança no mercado de riscos cibernéticos e de tecnologia.

 

     Para inovar e crescer, é preciso investir de forma controlada. Trazer um processo de governança para a gestão de riscos cibernéticos pode posicionar melhor a organização frente a seus concorrentes, seja para atender a contratos internacionais, angariar investimentos ou contingenciar possíveis exposições.

 

     O Cyber, seguro para riscos cibernéticos, é uma ferramenta abrangente que lida com questões relacionadas ao vazamento de dados e ao comprometimento de rede e visa a diminuir o custo e a exposição da companhia, protegendo seu balanço em caso de um incidente cibernético. Tem várias coberturas que vão interagir com sanções e penalidades trazidas pela LGPD.

 

     A Lei Geral de Proteção de Dados cria bases legais sob as quais as empresas podem ser responsabilizadas quanto ao vazamento de dados. Diante disso, as corporações podem responder ao incidente diminuindo a sua proporção e tendo parte dos custos relacionados a essa ação cobertos pela apólice. É possível reembolsar valores gastos com investigações administrativas abertas pela ANPD e outros reguladores.

 

     A gestão de um negócio sempre tem falhas em processos e diretrizes internas, que podem ter impacto significativo para a avaliação do risco. Por isso, é preciso ter medidas de contenção. Políticas de segurança de informação são fundamentais à estratégia corporativa, e o seguro é um ótimo adicional, por reafirmar as boas práticas que já vêm sendo adotadas pela empresa.

 

     O Cyber deve se tornar o seguro mais procurado pelas organizações nos próximos anos. Cobre um risco latente, tem pago indenizações e possui boa reputação como ferramenta acessória na gestão do risco. Um seguro que hoje cresce mais de 100% ao ano e já tem taxa de sinistralidade na casa dos 80% no Brasil. O risco cibernético pode se tornar a fonte de todos os outros riscos e, ao gerenciá-lo, pode posicionar melhor a empresa em relação a qualquer mercado.

 

     Esse crescimento também é uma perspectiva global, um fenômeno de crescimento expressivo que já dura mais de 5 anos. Atualmente, atinge a marca dos US? 7 bilhões de prêmios emitidos no mundo inteiro, o que nos dá uma ideia do quanto de risco foi transferido e do quanto ainda podemos transferir, considerando as perdas relacionadas ao crime cibernético no mundo. Além disso, a procura e os questionamentos sobre o seguro só aumentam: podemos observar um incremento anual de 150% no volume de novas consultas a respeito do Cyber desde o fim de 2018.

 

     De fato, a pandemia impactou tanto o aumento do risco quanto a percepção do risco. Com mais serviços on-line e mais consumidores navegando, o cenário se torna propício para os criminosos. Existe o fator "busca por informações" e o fator "home-office". Nos tornamos mais vulneráveis. Precisamos ter a capacidade de olhar para o cenário de segurança, compreender os riscos a ele atrelados e, a partir disso, desenvolver boas apólices para transferir o risco que afeta companhias.



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