S&P mantém nota da dívida brasileira e prevê cenário estável


Por Redação

06/06/2025  às  07:32:06 | | views 214


@Pixabay

Agência mantém classificação dois níveis abaixo do grau de investimento e projeta reformas apenas após 2026


A agência de classificação de risco S&P Global reafirmou nesta semana a nota da dívida soberana do Brasil em dois níveis abaixo do grau de investimento, mantendo a perspectiva estável. Na prática, isso indica que a agência não prevê mudanças na avaliação do risco de crédito do país no curto prazo.

 

Segundo a S&P, a decisão reflete um equilíbrio entre a fragilidade fiscal do Brasil e a resiliência de suas políticas monetária e externa. A agência prevê um aumento da dívida líquida do governo devido ao alto déficit fiscal, mas acredita que a desaceleração econômica, em um cenário de juros elevados, deve reduzir o déficit nas contas externas e compensar parte das pressões fiscais.

 

“Nossa perspectiva estável equilibra a fraqueza do perfil fiscal do Brasil com os pontos fortes de sua política externa e monetária", afirmou a agência em comunicado. A S&P também destacou o papel das exportações de commodities na redução da dependência de financiamento externo.

 

Apesar da manutenção da nota, a agência vê desafios estruturais nas contas públicas, especialmente relacionados aos gastos obrigatórios e à elevada taxa de juros. A S&P considera que o novo arcabouço fiscal, em vigor desde 2023, enfrenta dificuldades para garantir sustentabilidade no longo prazo. Reformas consideradas necessárias, porém, devem ocorrer apenas após as eleições presidenciais de 2026.

 

A agência alertou que, caso o país não avance com medidas de consolidação fiscal nos próximos anos, a nota poderá ser rebaixada. “Em nossa opinião, as políticas voltadas para a consolidação fiscal promoveriam um ambiente de taxas de juros mais baixas, contribuindo para o crescimento econômico”, destacou o relatório.

 

O Ministério da Fazenda não comentou a decisão até o fechamento desta reportagem.

 

Histórico e comparação

A S&P havia elevado a nota do Brasil em dezembro de 2023, passando de três para dois níveis abaixo do grau de investimento — o selo que identifica países com baixo risco de calote. O Brasil perdeu esse status em 2015.

 

Outras agências também mantêm avaliações semelhantes. Em julho de 2023, a Fitch elevou a nota brasileira para o mesmo patamar da S&P e também atribuiu perspectiva estável. Já a Moody’s, na última sexta-feira (30), rebaixou a perspectiva da nota brasileira de positiva para estável, reduzindo as chances de o país recuperar o grau de investimento durante o atual governo.



Comentários desta notícia 0



Comentários - ver todos os comentários


Seja o primeiro a comentar!

© Copyright 2002-2019 SEGNEWS - Todos os direitos reservados - É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Rede SegComunicação. SEGNEWS e SEGWEB são marcas da BBVV Editora Ltda, devidamente registradas pelas normas do INPI — Instituto Nacional da Propriedade Industrial.