Brasil: o pavio foi aceso, só não sabemos o tamanho!


Por Natalino Borring

04/09/2024  às  07:47:32 | | views 3285



É necessário entender o X da questão para saber o que de fato acontece nos bastidores do poder


Que país é esse? Já perguntava o saudoso Renato Russo nesta canção de 1978, onde a tônica era destacar as mazelas do povo brasileiro, diante de um Brasil corrupto e de desrespeito à Constituição. De lá para cá, muita coisa mudou em termos tecnológicos, moeda e mesmo na esperança de um povo que acreditou que “ditadura, nunca mais”. No entanto, a canção parece mais atual que nunca e vale aqui outra reflexão: qual o tamanho desse pavio, que coloca em risco nossa economia, empresas e a vida de nós brasileiros? A depender dos últimos acontecimentos parece cada vez mais curto. O mundo já olha com desconfiança para as decisões, algumas delas monocráticas, tomadas por membros do STF (Supremo Tribunal Federal) que, salvo engano, tinha o dever de proteger a Constituição Federal Brasileira.

 

Falar em insegurança jurídica virou praxe nas mais diversas decisões. Talvez nossa realidade não seja assim tão distante de países vizinhos, nos quais governos ditatoriais loteiam o judiciário para promover um verdadeiro desgoverno, perseguindo opositores e prendendo inocentes, com o único pretexto: manter-se no poder a qualquer custo. Tudo dentro de uma suposta “democracia”. Há até quem diga que democracia tem várias faces, quem sabe não estamos diante de uma “ditadura-democrática”? Desabafos à parte, a verdade é que o Brasil corre sérios riscos econômicos, sociais e de liberdade. Em um mundo cada vez mais integrado, é impossível manter a lógica de governar da velha política, acreditando que o Brasil sempre vai atrair investimentos externos. Ao contrário, corremos risco de sanções e embargos internacionais como qualquer outro país que desrespeite às regras.

 

Parece que o interesse em manter ou colocar novos correligionários, que concordem com os absurdos dos dias atuais é tanta, que a política de austeridade econômica foi deixada de lado. Compromisso fiscal, reforma tributária, entre outros assuntos de interesse nacional estão se distanciando cada vez mais do nosso retrovisor. Tenho a impressão de que, apesar da estabilidade econômica - principal meta do Plano Real de 1994 -, nossos governantes não aprenderam uma simples lição: é impossível crescer, quando se gasta mais do que se produz. Não é aumentando a carga tributária que vamos manter o equilíbrio econômico. Ao contrário, quanto menos comprometidos maior o risco de ruptura. Não se trata de crenças ideológicas, mas de responsabilidade com a nossa nação e, principalmente, com a nossa Constituição e o nosso ordenamento jurídico.



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